Abas

sábado, 17 de julho de 2010

Um "pequeno" conto.


Após dias caminhando sem rumo pelo escaldante deserto, Remoriuz vislumbrou uma pequena e rara floresta nas encostas das montanhas cantantes. Duvidando que seus sentidos haviam sido enganados pela falta de água e demasiada exposição ao sol, o precavido explorador adentrou a mata cautelosamente, atento a qualquer ruído ou movimento. As grossas arvores produziam uma sombra fresca e agradável e o soprar do vento entre as folhas trazia uma sensação de paz indescritível, uma sensação que Remoriuz em sua árdua existencial jamais havia presenciado.
Contudo, sabendo que nada é realmente o que parece ser, o vigoroso guerreiro sacou sua adaga feita de pura obsidiana, uma pedra negra e muito resistente. Enquanto caminhava sobre a relva, Remoriuz começou a sonhar com tesouros a muito escondidos neste lugarejo, quem sabe uma antiga espada de aço puro, ou ate mesmo moedas cunhadas em ouro o metal mítico. Após cerca de uma ampulheta, nosso viajante se deparou com um milagre da natureza, uma nascente jorrava água fresca em meio a um circulo de rochas cuidadosamente colocadas para que o líquido se concentra-se em uma pequena fonte. Com toda cautela, ele se aproximou da lendária estrutura e a cada passo um pânico se apoderava de seu corpo. Espalhado por toda a clareira, inúmeros restos mortais podiam ser encontrados aqui e ali, restos do que já fora de outros andarilhos do deserto. Uma pequena fogueira a pouco destruída também se encontrava no local.
Indignado e com excessivo temor, Remoriuz virou-se sutilmente na direção oposta para voltar a segurança do deserto. Sorrindo debilmente naquela direção, se encontrava uma pequena figura, com longos cabelos desgrenhados vestindo trapos de peles de animais. Semelhante a um humano em miniatura, a criatura possuía um leve ar de inocência misturado paradoxalmente com um tenebroso toque de vilania.

Após dias caminhando sem rumo pelo escaldante deserto, uma caravana de viajantes vislumbrou uma pequena e rara floresta nas encostas das montanhas cantantes.
Nas profundezas daquele local eles encontraram uma prosaica fonte de água cristalina, no fundo dela, brilhando com a luz do sol, para o horrr de todos os membros da comitiva, se encontrava uma negra adaga de obsidiana e a mão pútrida de seu antigo dono ainda apertava ferozmente o punho da arma.

2 comentários:

  1. Muito bom Alan!

    Cara, olha o que encontrei em uma entrevista com o "Vampiro de Curitiba" (Danton).

    • Eu soube que o atual presidente da ABL tentou convencer você a lançar a tua candidatura...
    A morte, ela pode ser de três tipos: física, moral e espiritual. Física: um tiro no coração. Moral: uma autobiografia. Espiritual: a Academia Brasileira de Letras.


    O cara é foda.. tenho que ler coisas dele...

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