Erros críticos ou situações primorosas?
Saudações viajantes,
Eu, o lobo da estepe arcana, estou começando uma nova coluna no site, de DM para DM. Minha intenção é trocar experiências com a mais variada gama de dungeon masters do mundo.
Hoje vou falar sobre um tema bem peculiar e que não é abordado como regra universal, pelo contrário, é muitas vezes esquecido pela maioria dos mestres ao redor do globo. Estou falando dos erros críticos. O famigerado azar na jogada de dados.
Esta dimensão do jogo pode ser trabalhada de um modo grosseiro, puramente mecânico e punitivo o que normalmente leva aos jogadores a odiarem esta regra. Todavia, existe uma forma mais descritiva e atrativa de utilizá-la, que proporciona uma grande diversão, tanto para o DM, quanto para os demais.
Em meu ponto de vista, o mestre deve julgar a situação de acordo com a temática da cena. Um erro crítico não precisa, por via de regra, prejudicar excessivamente o grupo de aventureiros, contudo em algumas situações, reações exageradas cabem muito no aglomerado de acontecimentos, incluindo acertar seu companheiro, se auto mutilar e etc... Dessa forma o erro crítico passa a ser parte da campanha. Ele se torna um propulsor de acontecimentos e situações que dão continuidade e enredo a trama.
Em nosso grupo de campanha atual, que se passa em Faerûn com as regras do d&d 3.5, adotamos uma house rule para o erro crítico, dessa forma, quando um jogador tira 1 no d20, ele deve fazer um teste básico de destreza com dificuldade 10. Optamos por este teste, tendo em vista que o personagem num ato reflexo conseguiria reverter a situação embaraçosa. Assim evitamos também erros críticos em excesso, o que poderia tornar a aventura demasiadamente cômica.
Existem inúmeras tabelas espalhadas pela web com erros críticos catalogados, eu pessoalmente não as uso, prefiro narrar o acontecimento tendo como referência a cena em si. Mas acredito que estas tabelas possam ser de grande valia, não custa nada dar uma examinada nas mesmas nem que seja para adaptar algumas de suas ideias.
Esse mecanismo que utilizamos em nossas campanhas tem nos proporcionado cenas engraçadas e criam uma ótima interação in game, gerando várias discussões entre os membros do grupo e algumas vezes gerando plots. Os erros críticos se mostraram um sucesso decisivo na matéria role play e acredito ser um instrumento a mais, um plus, para açucarar os combates em qualquer espécie de aventura.
Em uma aventura recente o grupo formado por Milo, o halfling ladrão, Eero, guerreiro psionico, Lugh, anão clérigo de Tymora, e Durgallas, o anão bárbaro, perseguia um Yuan-ti que havia escapado de um combate, em uma floresta. Em certo ponto a criatura astuciosamente escondeu-se e camuflou-se atrás de uma árvore. Heero, que com seus poderes psionicos podia correr com mais velocidade, a alcançou e conseguiu achá-la e a forçou ao combate novamente. Assim que o anão bárbaro retomou a visão da criatura que combatia ferozmente contra seu companheiro, iniciou um ataque em carga contra a mesma. Qual fora nossa surpresa quando ele tirou um belíssimo 1. O que aconteceu então foi que o machado do anão acabou decepando um tronco da árvore onde a criatura havia se escondido, o que fez subitamente que o anão perdesse o equilíbrio e caísse com a face na lama. Em contrapartida, com seu reflexo apurado, o Yuan-ti desferiu um ataque quase que imediatamente no anão, abrindo sua guarda para que o guerreiro decepasse a cabeça da infeliz monstruosidade. Ou seja, um erro crítico ocasionou uma desvantagem ao anão, mas abriu outras possibilidades.
Como referância também é valido citar Presto do nosso querido Caverna do Dragão, com seu chapéu mágico que involuntariamente era uma torrente de erros críticos. Inclusive algumas vezes estes erros salvavam a vida dos protagonistas, e eu digo why not? Um erro crítico pode prejudicar o personagem que foi azarado, mas pode desencadear um turbilhão de reações que no final acaba ajudando o grupo. Pense nisso no próximo 1 de sua campanha, talvez dê certo ou talvez seja um erro crítico. De qualquer forma será divertido.
Abraços do lobo.
MUITOOOOOOOO Bom...
ResponderExcluirParabéns Sr. Lobo das Estepes.
Muito bom meu caro lobo, que sua pelagem continue vistosa e seus instintos aguçados...
ResponderExcluirErro crítico é tão bom quando ataque crítico.
ResponderExcluirFalha crítica do DM, o nome do guerreiro psionico é Eero!
ResponderExcluirCom um mestre desses, não é atoa ficarmos ansiosos a cada sessão :)
ResponderExcluirGrande Alan,
ResponderExcluirgostei do exemplo do Presto, acho que ilustra bem tua opinião em relação ao erro crítico. Parabéns pelo texto.
Compatilho da mesma opinião sobre erros críticos, sempre podem ser usados para incrementar a cena.
ResponderExcluirE muito bom o texto também parceiro, interessante e dinamico.
Não posso comentar nada de erro crítico, mas o texto está bem escrito! =p
ResponderExcluirAe pessoal, que bom que gostaram, semana que vem volto com a coluna então.
ResponderExcluirAquele abraço do lobo da estepe.