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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

de DM para DM - Criaturas & Culturas


Saudações viajantes, aqui estou novamente em pelo e osso para mais um papo aberto com os DMs da rede. O assunto hoje são as criaturas que habitam seu mundo de campanha e a cultura/histórico de vida que as englobam.

Durante uma campanha o mestre está incumbido de diversas responsabilidades, uma delas é dar vida ao mundo o qual as personagens irão explorar. Muitos mestres fazem isso de puro improviso, outros preparam tudo meticulosamente. Eu particularmente faço um pouco das duas coisas, mas para deixar o mundo com um realismo maior uma boa formulação da cultura dos inúmeros habitantes do cenário é essencial.


Não sei ao certo se foram os anos estudando psicologia que incutiram essa ideia em meu crânio lupino, ou simplesmente os anos de convivência com rpgistas exigentes. O fato é que quando penso em uma fortaleza, um reino, ou um simples orc morando em uma caverna solitário na floresta, sou invadido por várias prerrogativas. Como ele foi parar ali? Onde ele conseguiu os utensílios ou tesouros que ele possui? O que ele fazia antes? Como foi a infância dele? Entre outras. Dessa forma busco inserir naquela criatura/npc um conteúdo, uma alma ilusória, dar um fundo as suas ações e convencer os jogadores que aquela criatura não estava ali exclusivamente devido a existência das personagens deles, mas sim porque a criatura tocava sua vida e em um determinado momento ocorreu o encontro entre eles.

É engraçado, eu utilizei o orc de exemplo devido a um fato cômico que aconteceu comigo. Em um jantar com minha amada esposa, em determinado momento ela me pergunta, “Alan, tais aí? O que tais pensando?” e eu acordo de uma divagação qualquer e digo sem graça, “Tava pensando sobre a vida de um orc da aventura de rpg, desde quando ele nasceu”. Esse orc era um npc da campanha, era o braço direito de um testa de ferro do vilão. Infelizmente ele foi abatido no primeiro encontro com os personagens e não pude dar continuação em sua triste historia. Mas, somente a descrição dele, com os detalhes de traços e características que ele recebeu durante sua trajetória de vida já demarca um diferencial para o realismo da cena.

Levando isso para uma gama maior, eu pego o local onde a campanha se iniciará, exemplo, uma cidade, e começo mapeá-la ao redor com torres antigas, ruínas, cavernas, criaturas, outras vilas e tento dar um fundo a elas. Da onde elas vieram, quem as habitavam, porque estão abandonadas, quem as habitam agora e o porquê, etc. Esse tipo de ação além de dar uma vivacidade ao jogo, trás consigo outro item saboroso, o medo do mundo e do desconhecido. É comum em minhas mesas as personagens se depararem com criaturas muito poderosas e demasiadamente além de suas forças. Afinal o mundo esta lá fora, habitado, e se por acaso um grupo de aventureiro qualquer adentrar uma caverna nas profundezas da floresta e descobrir que ela na verdade é o covil de um poderoso dragão. Bom... Acontece. É claro que novamente é necessário inserir este dragão dentro da cultura, os motivos dele estar ali etc.


Até agora esta experiência tem se mostrado positiva, aconselho aqueles que já não a utilizam que provem um pouco desta água. O que você acha? Deixe sua crítica ou sugestão nos comentários ou me envie um email, Alan.

Um ótimo final de semana a todos.

11 comentários:

  1. Poxa, fiquei com pena do Orc...

    Mais uma vez muito bem meu caro Canis lupus solitarius

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  2. A Bel deve se perguntar constatemente sobre a sanidade do Alan...

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  3. "na verdade é o covil de um poderoso dragão."
    não é força de expressão.. Meu personagem (level 5) morreu tentando enganar uma dragoa, o nome era Kythiara?

    velhos tempos, Alan é o cara, sabe tudo. Lembro de nós compartilhando idéias de DM para DM. Excelente coluna.

    Abraço a todos. Saudade.

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  4. alan ta cada dia mais foda (no sentido positivo)

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  5. kkkk.. Axo q me questiono da minha sanidade, isso sim... hehehehehe
    Ótimo texto! =)

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  6. Eu já penso que descrever culturas e diferentes raças depende muito da idade dos participantes. Como mestro pra adolescentes eles pouco se importam se esse ou aquele hobgoblin mora num castelo ou num acampamento. Ele quer MATAR o hobgoblin.
    Agora, se é um grupo mais adulto, (nunca conheci um grupo assim), talvez um jogo político com alguns dramas e contradições chamem mais a atenção.

    Bom post.

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