sexta-feira, 13 de junho de 2014

Report GP SP 2014 - Top 8

Grand Prix São Paulo 2014



Formato: Trio selado.
Time "Reset Brusque".
Resultado final: 11-3-0
Sétima colocação de 315 times.
Premiação: $2025,00


Sabes quando olhas o currículo de um jogador profissional de Magic e você vê: "Top 8 at Grand Prix"? Bem, 3 dos que aqui postam agora podem colocar isso no currículo.

Poderíamos criar um livro sobre o report do torneio, realmente tudo pareceu um filme, os problemas para fazer a equipe, o apoio de quem acreditou em nós, o começo ruim, as provações (how many ordeals?), a vitória no turno final, a alegria de ter conseguido chegar no segundo dia do evento vencendo um dos campeões nacionais, o jogador imbatível que voltou das cinzas, o rapaz com carinha de ator de filme juvenil que virou protagonista quando enfrentou os melhores, o erro no momento crucial que não poderia ter acontecido, a decepção, a redenção e no fim, aquela sensação que foi tudo muito maior do que imaginávamos, que de certa forma devemos acreditar mais em nosso potencial como outros assim fazem, que temos de entender nossas limitações e o melhor conto de fadas não necessariamente possui um troféu no final, mas sim lembranças de momentos inesquecíveis.

Como o assunto é vasto e todos que entrarão aqui estarão mais interessados em como um trio com praticamente apenas 1 ano de experiência em Magic Competitivo pode fazer tal façanha, não me extenderei demasiadamente sobre o que pra mim foi a melhor parte da viagem, a convivência com os amigos e o aprendizado de vida. Portanto, começarei apenas listando e agradecendo rapidamente algumas pessoas, para depois começar a falar de aspectos estratégicos e alguns pontos interessantes do jogo.




Agradecimentos:
1) Nossas esposas que nos apoiaram e cuidaram de nossos filhos enquanto estávamos fora.
2) Marciano da Reset Brusque. Sem o apoio dele não teríamos ido ao Grand Prix.
3) Gérson, Dugo, Super 10, Nando, Cebola, Thiago, Jorge, Samuel, Moura, Piva, Vinícios, José, Lucas e diversos outros adoradores de bois jungidos do grupo de Magic de Brusque que nos davam força rodada a rodada. (desculpe-me se esqueci de alguém)
4) O fortíssimo trio de Blumenau: Fuji, Neymar e Guilherme, que ficaram do nosso lado nas rodadas finais, torceram e nos ajudaram a perceber que o day 2 ou o top 4 era sim possível.

A preparação:

Quando estávamos no Pro Tour Qualifier em Porto Alegre, ainda em 2013, decidimos que iríamos nos esforçar para jogar esse torneio. Entretanto, problemas no caminho fizeram com que Alan desse uma pausa no Magic e ficamos sem um membro na equipe, lutamos bastante e semanas antes do GP conseguimos o apoio da Reset Brusque e assim conseguimos convencer Alan para ir conosco. Neste meio tempo, eu (Eder), treinei bastante no MOL e estudei diversos artigos sobre torneio no formato trio ou sobre o bloco, o Guilherme se comprometeu a dar uma boa estudada também e fizemos alguns drafts com o pessoal de Brusque para auxiliar na compreensão do formato selado. Realmente faltou um pouco de treinamento na montagem de decks em trio, fizemos apenas uma tentativa que não deu muito certo no dia anterior ao torneio. Mas de qualquer forma, nossa preparação e estratégias pré-determinadas nos auxiliaram na hora crucial.


Estratégias iniciais:

Seguindo algumas teorias de artigos estudados nesse período, fomos com a seguinte estratégia inicial:

1) Eder seria o jogador do meio. Como eu estava mais preparado, decidimos que jogando no meio conseguiria auxiliar mais Guilherme e Alan.
2) Iríamos dar o baralho mais pró-ativo para o Alan. Um deck que seria menos necessário conhecimento do cenário.
3) O mais comum, é o deck do centro ser o mais forte, entretanto, entre os dois decks que teríamos que decidir (já que o pró-ativo seria do Alan), daríamos o mais forte para o Guilherme. O objetivo era deixarmos o pior baralho no meio, para eu poder dar mais atenção aos outros jogos, praticamente "queimando" uma mesa, onde qualquer vitória do pior deck contra o provável melhor seria ÓTIMO, enquanto a derrota seria compreensível.
4) Tentaríamos evitar algumas combinações que foram piores no bloco segundo diversas pesquisas, como Azul-Vermelho e Verde-Branco. Além disso, um cenário ideal seria formado pelas seguintes combinações: Azul-Verde, Preto-Verde, Branco-Vermelho. Estas foram as 3 melhores combinações no Pro-Tour, que possuem arquétipos distintos e extremamente fortes. Obviamente, Preto, Branco e Vermelho mono-color faríamos sem titubear, já verde e azul mono-color teoricamente falta um pouco de apoio. Outras combinações interessantes também seriam: Azul-Preto e Azul-Branco. Tudo dependeria da nossa Pool, toda essa pequisa servia como base, mas tínhamos consciência também que com 12 boosters, é possível fazer deck de qualquer cor forte.


Nossa Pool do Dia 1:

Depois de fazer o Swap, o pessoal que nos passou o deck falou que ele estava fraco. Ao listar, verificando as cartas por cima, vimos que ele estava apenas "OK", com possibilidade de fazer day 2 se montado corretamente e jogado bem. Na hora, não ficamos decepcionados nem empolgados, sabíamos que o trabalho seria difícil, todavia possível.

Um grande erro que o pessoal comete, é avaliar as possibilidades apenas pelas bombas. Separamos as cores por curva de mana e fomos analisando as possibilidades. Segue as considerações sobre cada cor:


Vermelho: Tínhamos uma boa pool, onde os dois dragões: Spawn of Thraxes e Forgestoker Dragon jogava a curva lá pra cima. Bladetusk Boar poderia dar alguns free-wins, e com Everflame Eidolon, Dragon's Mantle, Cerberus e Fanatic of Mogis, a ideia de fazermos Mono-Red nos empolgou muito, mas como praticamente não tínhamos drop 2 e 3 regulares, já a descartamos.

Branco: A pool não estava boa. Sobrou umas 9 cartas depois de limparmos o "lixo", onde tínhamos só drops baixo, Chained to the Rocks, Divine Verdict e Excoriate.

Verde: Era nossa Pool mais extensa. Comandada por Polukranos e o líder centauro, tínhamos uma boa curva de criaturas e alguns "mana ramp" para auxiliar. Um problema ficou claro, não tínhamos se quer UMA remoção de encantamento ou de criaturas.

Preto: Curva baixa, com Pain Seer, Tormented Hero, Eidolons, Herald of Torment e por aí vai. Faltava também remoções, acredito que tínhamos apenas 3.

Azul: Inúmeras criaturas drop 4 e Sea Gods Revenge como nossa única spell de retorno.

Artefatos ou Multi-Coloridas: Tínhamos algumas boas multi-coloridas, destaque para Prophet of Kruphix e Nyx Weaver. Artefatos, conseguimos 2 "Bronze Sable" para jogar de sideboard aos decks que não possuiriam vermelho (sabíamos que Bladetusk boar iria ser uma chave importante no torneio) e Hall of Triumph.

Resumo das cores:

Vermelho - Denso, mas com drop Alto.
Branco - Fraco, mas com drop baixo.
Preto - Agressivo com poucas removals.
Verde - Extenso, mas sem removals.
Azul - Fraco e com drop mid-range.



Construindo os decks:

Com todas as cores organizadas, começamos a analisar as possibilidades. O vermelho estando denso e sem drop baixo, não poderia ser reduzido a splash e precisaria de criaturas para o início de jogo. Na hora vimos que com branco ficaria muito forte (chained to the rocks ajudaria bastante), mas com preto também seria possível. Não demoramos muito para ver que realmente era preciso ser com branco já que do contrário ficaríamos praticamente sem removals nos outros baralhos e depois seria muito difícil arranjar outra combinação sustentável para o branco.

Antes de decidir o que fazer com os outros decks, já começamos a construir este pois o tempo era escasso. Tiramos os drops com duplo custo branco, juntamos as duas cores pra fazer mais focado no vermelho, adicionamos chained to the rocks, mas neste momento encontramos outro problema: como nossa curva baixa era branca, tínhamos que tirar um pouco o foco no vermelho ou teríamos graves problemas na consistência de mana. Então começamos a tirar cartas com duplo custo vermelho e consequentemente até o Fanatic of Mogis. No final jogamos também o Hall of Triumph para o deck, ficou algo muito "estranho", uma combinação de força no início do jogo com a cor branca e apoio vermelho e com dois dragões terríveis para entra no final de jogo e selar a vitória. Tivemos que acertar os terrenos, tínhamos mais que o dobro de mana vermelha nos custos, mas decidimos que 10 montanhas e 7 planícies deixava o deck mais consistente. Gostamos do resultado e deixamos o deck para o Alan pilotar, eu considerava que esse deck tinha capacidade de fazer aproximadamente 6 vitórias nas 8 rodadas.


Partimos então para decidir os outros dois baralhos. Tínhamos praticamente duas opções: Verde-Azul + Preto-Verde ou Mono-Verde + Preto-Azul. Depois de alguns debates, as boas multi-coloridas (1 Pharikas Mender, 1 Nyx Weaver e 1 Prophet of Kruphix) pesou a favor da combinação Verde-Azul e Preto-Verde. Chegamos até a pensar em colocar o que sobrou do vermelho em alguma delas, mas não tinha como.

Neste momento vimos que perdemos noção do tempo e precisávamos agilizar, decidimos começar com o preto e verde que seria controlado pelo Gui e eu ficaria com um Verde-Azul com o que desse.

O deck Golgari ficou muito legal. Pain seer, Herald of Torment e alguns eidolons se juntaram com a força de uma pequena sinergia dredge de Satyr Wayfinder + Pharika's Mender + Nyx Weaver. Keepsake Gorgon estava lá para ajudar no late-game e deixamos de lado os drop alto verde pelo bem do Pain Seer. Este deck foi fácil montar e rapidamente construímos ele com 10 pântanos e 7 florestas. Mais uma vez deixamos a proporção mais parecida, já que verde teria algumas peças importantes para o baralho: Satyr Wayfinder, Renowned Weaver, Ordeal of Nylea e Nyx Weaver. Bem pilotado pelo Gui, acreditava que ele teria força para 5 vitórias.

O tempo estava acabando e fomos logo para o que sobrou. Nosso baralho Simic era mid-range sem removal, uma receita para o fracasso, mas de qualquer forma, com 3 mana-ramp, ele tinha poder suficiente para entrar rápido e forte, colocando presença na mesa e depois com Sea Gods Revenge ou Aerial Formation dar um ataque devastador. A primeira base dele vimos que além de não ter removals, também estávamos com poucas criaturas voadoras, tivemos que abrir mão de alguns centauros e colocar algumas criaturas azuis. Meu objetivo era fazer 4 vitórias com ele.


Catalogamos o deck e o sideboard em uma correria absurda... Estávamos pronto para a primeira rodada quando reparamos que as 3 combinações escolhidas foram as desejadas na estratégia inicial.



RODADA 1: Equipe Reset Vs Maniezzo, Nunciatelli, Matavelli.
Por mais que parece uma equipe de italianos, eles eram brasileiros.
Meu primeiro jogo, houve uma sucessão de erros meus e do meu adversário, nem vou comentar para não estragar o Report. O que posso dizer é que Xenagos, God of Revels entrou e selou a vitória para o meu oponente. Olhei para o lado, Alan já tinha vencido a primeira e Guilherme zicou de mana.
No segundo jogo, criei uma presença forte com o líder centauro e Raised by the wolves, venci o jogo. Alan ganhou rapidamente sua segunda partida e Guilherme venceu a segunda.
Novamente o Gui teve problemas com mana no terceiro jogo e o meu caminhava para uma vitória tranquila do meu adversário com o magnífico combo Scourge of Skola Vale + Xenagos + qualquer outras criaturas (pra piorar, entre elas havia um Swarmborn Giant!). Entretanto pouco a pouco consegui me salvar e com alguns tricks e sobrou somente Xenagos na mesa dele. O Gui havia perdido sua terceira partida e a rodada estava nas mãos do meu baralho e do baralho do meu oponente (já que não havia mais cartas em nossas mãos)
Eu não podia atacar, já que com 6 hp, qualquer criatura com poder 3 que meu adversário baixasse iria dar o jogo a ele. Quando consegui baixar uma segunda criatura e começar a atacar com o Polukranos para tentar diminuir a diferença, meu adversário comprou "Stormbreath Dragon".

De ponto negativo, foi a frase do meu adversário que ao comprar o dragão gritou: "EU SOU FODAAAA!". Bem, relevei o fato, já que estávamos em um GP e entendia a alegria dele, mas no mínimo achei deselegante e triste... já que se gabar de sua capacidade por dar um draw é meio questionável.

Perdemos a primeira! Mas saímos de cabeça erguida. Eu vi que meu deck realmente tinha potencial de conseguir algumas vitórias, o baralho do Gui era sem dúvida forte e do Alan estava MUITO bom. Como nossa equipe é feita de amigos/irmãos (para quem não sabe, passamos 3 meses morando juntos nos Estados Unidos trabalhando), um apoiou o outro e fomos tranquilo para a segunda rodada.

RODADA 2: Equipe Reset (0-1) Vs Da Silva, Nonato, Machado
Ao sentar na mesa, já me preocupei. Nossos adversários eram claramente experiente e bons jogadores. Pensei comigo: "Poxa.. viemos de Santa Catarina para perder as duas primeiras????".
Mas já no início, ví o potencial dos decks dos meus parceiros. Quando meu adversário baixou Stormbreath Dragon no quinto turno, praticamente abandonei o jogo e comecei a auxiliar o Alan e o Guilherme, que desta vez foi este que entrou com tudo, venceu a primeira partida mas ficou triste em ver que eu e Alan perdemos as nossas.
Como era costume, Alan e Guilherme perguntavam pra mim quase todas as rodadas se deveriam mulligar ou não. Normalmente apenas dava minha opinião mas pedia para eles fazerem o que achavam correto. Este match foi importante que conseguimos compreender melhor como um poderia auxiliar o outro. Eles ficavam meio agoniados que havia momentos que pediam o meu auxílio e eu pedia para eles esperarem para terminar os cálculos da minha partida, depois expliquei para eles que podiam pedir a vontade, que estava ali principalmente pra isso... Entretanto, só pedia para eles aguardarem para não perder a minha linha de raciocínio e assim que pudesse daria mais atenção. Eu acredito que consegui dar boas dicas para eles, alguns jogos mais, outros menos. De praticamente 100 "calls" no torneio, depois reanalisamos e vimos que quando auxiliei, em conjunto erramos apenas um (que era realmente bem complexo) e outro ficou duvidoso.
Bem, voltando aos matches, nós 3 vencemos a segunda partida. Ficamos então na situação que eu ou Alan deveríamos ganhar... No meu caso, em certo momento deixei meu adversário com 6 hp e com um centauro 4/4 na mesa contra algumas outras criaturas do oponente. Tive a oportunidade de dar um scry e ver que tinha uma cloaked siren no topo do grimório, pra completar, Nyxborn Wolf na mão... Exatos 6 de dano! Tenho que segurar apenas mais dois turnos! Meu adversário então conjura Snake of the Golden Grove... Obviamente deixei a cobrinha 7/7 pois não queria que ele ganhasse hp. Ele passou a vez, comprei a Cloked Siren, passei para ele. E então ele comprou Feed the Hunter, matou meu centauro com sua cobra, ganhou os 3 hp e atacou forte me deixando com poucos pontos de vida, o combo Cloaked Siren + Nyxborn Wolf não mataria mais, tive que conjurar o lobo para dar Chump Block e depois que ele comprou Xenagos fiquei perdido.

Desânimo bateu, iria perder os dois primeiros matches! Todavia, nossa partida ainda continuava quando olho pro lado e vejo que Alan vence a partida. Meu adversário, mesmo sabendo que sua equipe havia perdido, pediu para continuar o jogo, como sabia que estava perdido e queria dar uma relaxada, conversamos mais um pouco e saímos para tomar um café.

Primeira vitória em um GP! Muito sofrida, neste momento praticamente não acreditava na nossa classificação para o Day 2 pois quase perdemos as duas primeiras. Ao sair da sala de jogos, vimos que a galera de Santa Catarina na maioria estava também 1-1. No whatsapp o pessoal de Brusque nos dava apoio e falava que ainda conseguiríamos... Nós 3 estávamos tranquilos, estávamos nos divertindo e tudo estava OK.

RODADA 3: Equipe Reset (1-1) Vs Yoshinaga, Mendes, Borges
Terceira rodada, pegamos um trio de Curitiba. Um deles (se eu não me engano) havia ido para o GP Buenos Aires, mais um forte trio!

No começo do jogo, reparamos um padrão nas "Mesas" que praticamente foi até o fim. A mesa "A", do Gui, a maior parte das vezes ele enfrentava decks aggro ou Golgari (mirror match). Na mesa "B" ou era Monster (caso das duas primeiras rodadas) ou algo mais de controle. Na mesa "C", ficavam os heróicos mais aggro (mirror match do Alan).

Gui teve problemas para sobrepujar o aggro do seu oponente e perdeu duas partidas rapidamente. Alan novamente estava com tudo e quando o jogo em algum momento parecia perdido, ele comprava seus dragões para virar (o que ainda veríamos isso acontecer inúmeras vezes).
No meu caso, finalmente meu deck rodou bem. No primeiro jogo, Raised by the Wolves e Nylea Emissary selou a vitória. Quando estava jogando o segundo, meus dois companheiros já tinha terminado suas partidas. Ficou complicado para o meu adversário já que consegui curvar Fonte Verde + Pheres Band Warchief + algum outro centauro. Quando meu adversário começou a fazer minhas criaturas voltar para a mão, baixei Disciple of Kruphix para não dar tempo para ele. Ganhei o jogo com 3 centauros na mesa.



RODADA 4: Equipe Reset (2-1) Vs Nakamura, Oliveira, Tibúrcio

Quarta rodada e mais um forte trio na nossa frente. E advinhem para o que perdi? Gruul Monster com Stormbreath Dragon e Bladetusk Boar. Realmente meu baralho tinha uma deficiência muito grande contra criaturas com voar ou intimidar. Neste match notamos que fomos estúpidos demais pra não colocar "Gold Forged Sentinel" no meu side. Na correria da listagem, deixamos ele no deck do Guilherme!
A única coisa realmente interessante que podemos falar sobre essa rodada, é que o adversário do Alan após perder esmagadoramente suas duas partidas, deu o auxílio ganhador para o meu adversário vencer a terceira partida (ele estava com uma board presence boa, mas estava com medo de atacar, o que iria acabar causando o retorno do meu deck no jogo) e depois para o adversário do Guilherme vencer a terceira também.

No final de 4 rodadas, eu tinha apenas uma vitória, Guilherme também só uma e Alan invicto com 4 vitórias! "Alan, the Machine" é seu novo codinome, sem jogar um torneio em 2014, ele já tinha o dobro de vitórias conjuntas minhas e do Guilherme.
O ponto alto foi que o desânimo não bateu forte... Sabíamos que a chance de Top 4 era remota, mas o apoio do trio de Blumenau e da galera de Brusque nos mantinha com a cabeça erguida.

RODADA 5: Equipe Reset (2-2) Vs Pereira, Neves Zambelli

Sentamos pra jogar e nossos adversários não apareceram. Passou-se 8 minutos até chegarem, o que gerou 1 game loss em cada match! Bem, tudo parecia fácil, em 6 partidas precisávamos vencer apenas uma.
Mas obviamente, nossa provação não poderia ser desta forma.
Para resumir, enfrentei um Mono Red... Bladetusk Boar e muitos minotauros me desossaram. Perdi rapidamente as duas. O jogo do Alan, obviamente, já foi melhor. Em dado momento seu adversário fala com sua equipe: "Pô! Olha aqui!" - apontando para os dois dragões na mesa.
Guilherme perdeu a primeira, uma longa partida que após estar controlada, foi destruído por 5 compras de terreno seguidas. A segunda ele estava melhor, mas não se alertou em deixar mana para usar a habilidade do Nyx Weaver antes dela ser removida. O jogo continuou, ele ainda estava bem, mas o tempo estava acabando! Nos últimos segundos, quando parecia que a vitória era certa, o adversário solta "Extinguish all Hopes". Realmente, nossas esperanças de Day 2 foram praticamente extintas.. Colocamos as criaturas no cemitério quando o juiz nos alertou que a aranha gerada pelo Renowned Weaver era encantamento! A aranha voltou ao jogo e com a compra de um Ordeal, Gui venceu no último momento... Turno 4 da contagem!

Ainda estávamos vivos, mas pensei comigo: "Pô, estamos 3-2, mas só devido ao game loss deles.. não tem jeito... vamos perder agora ou na próxima rodada".

RODADA 6: Equipe Reset (3-2) Vs Zorzi, Gurginski, Silva

Com a adrenalina da última rodada, Gui tinha esquecido seu playmat na mesa, houve uma pequena correria e ele conseguiu retomá-lo com a organização. Começou a rodada e estávamos meio nervosos, mais um forte trio uniformizado na nossa frente.
Estávamos tão entrosados que neste ponto encaixávamos as conversas muito bem, Gui venceu rápido e eu ainda estava no terceiro jogo quando houve um momento crucial na terceira partida do Alan:
Alan estava bem na frente, o Forgestoker Dragon teria que bater duas vezes para selar a vitória. Seu adversário estava com algumas criaturas na mesa, entre elas Nessian Asp. Alan atacou com o dragão e usou a habilidade para dar um de dano no Nessian Asp para não poder bloquear, o adversário usou Gods Willing para a habilidade não surtir efeito... Estava acompanhando a partida e Alan ficou preocupado, já que seu dragão morreria para a terrível comum verde, gritei desesperado: "Usa denovo! Usa a habilidade denovo!". Bem, como a proteção contra vermelho do Gods Willing ainda estava no stack, Alan usou a habilidade novamente antes do efeito e o dragão acertou o alvo. No turno seguinte, Alan selou a vitória, meu jogo ainda não havia terminado, provavelmente venceria também.

Depois da rodada, finalmente comecei a acreditar que chegar no segundo dia era possível.

RODADA 7: Equipe Reset (4-2) Vs Muniz, Lima, Moncayo

Na sétima rodada pegamos uma equipe mais jovem, nenhum dos jogadores deveria ter mais de 22 anos, mas sabíamos que isso não era referência para nada, em um torneio forte como estava, chegar na sétima rodada 4-2 precisava ter uma pool no mínimo razoável e jogar bem. Minha partida, adversário fez drop 2 Vaporkin, drop 3 Thassa. Me senti jogando torneio standard. Por sorte minha, ele teve problemas e demorou para trazer uma montanha, venci rapidamente. Na segunda partida deu tudo certo para mim, curvei legal enquanto ele novamente teve problemas com terrenos, desta vez demorou para chegar as ilhas. Esta foi a primeira vez em todo o torneio que terminei minhas partidas antes dos meus companheiros. Guilherme, como de costume do primeiro dia, floodou terrenos em uma e zicou em outra. Novamente a rodada estava nas mãos do até então invicto Alan.
Felizmente, "Alan the Machine" não decepciona! Na primeira partida, as criaturas brancas somadas com o Hall of Triumph e Supply Line Crane fizeram o trabalho para garantir a vitória, na segunda partida quando tudo parecia perdido e o Alan com o dobro de lands do que spells jogadas, veio o dragão para salvar.

Cinco vitórias! Nos abraçamos, comemoramos e como nosso companheiro Fuji disse: "Agora só falta o Bison para fechar o jogo!".

RODADA 8: Equipe Reset (5-2) Vs Camargo, Santos, Lima

Antes da rodada falamos: "Se não der, já fizemos muito mais do que esperávamos... Somos a única equipe da região com chances, vamos jogar sem pressão e o que vier será lucro".
Nossos adversários eram uma ótima equipe, comandada pelo campeão brasileiro de Legacy: Marcus Camargo. Mais uma vez, meu deck entrou muito bem curvando as criaturas e adicionando força com Raised by the Wolves e Nylea Emissary. Deu tudo certo para mim e quando o segundo jogo já estava controlado enquanto o adversário tentava encontrar formas de tentar virar, fiquei dando uma atenção especial ao Guilherme que havia perdido a primeira e Alan que estava 1 a 0. Guilherme estava se virando no segundo jogo, tinha esquecido de acionar o trigger do Nyx Weaver alguns turnos o que ocasionou um warning, o jogo estava complicado e se estendia, Marcus reclamou de slow play, mas Gui tinha tantas opções que cada turno precisava de cálculo apurado devido a ótima mão com Pharikas Mender e mais uma remoção, enquanto na mesa Nyx Weaver criava inúmeras possibilidades e Keepsake Gorgon rogava por virar monstruoso mas faltava mana para fazer tudo isso.
Venci a minha partida e minha atenção estava total em meus companheiros, Gui no longo jogo e Alan também em uma situação complicada, onde na segunda partida, o adversário estava planejando algo atacando com suas criaturas para morte e pedi para Alan não bloquear, quando veio o temível "Dictate of Heliod" que iria dizimar a mesa se ele houvesse bloqueado. O jogo foi seguindo e a grande ovelinha Nyx Fleece Ram mais uma vez segurou as pontas enquanto as remoções brotavam do deck e o jogo foi sendo controlado.
Eu estava radiante, Alan estava muito bem e Gui tinha acabado de vencer a segunda partida... Pra nossa alegria, Guilherme estava no segundo turno do seu terceiro jogo, quando Alan fez seu último ataque com um Bladetusk Boar e selou a vitória.

A felicidade foi tamanha que nos abraçamos antes mesmo de cumprimentar os adversários. Cheguei até a pedir desculpas depois pela nossa "festa". Sempre tento ser o mais cordial possível, mas naquele momento não teve como segurar...



Eu e Alan tínhamos como "sonho" na vida de Magic jogar um torneio importante e ir "legalzinho". Bem... Estávamos jogando um GRAND PRIX e chegamos no Day 2! Fato que pouquíssimos já fizeram, principalmente na nossa região. Sonho cumprido, meta extrapolada, vamos comemorar que no outro dia tudo podia acontecer e se nada acontecesse já teria sido mais que o suficiente.

Saldo final:
Alan: 8 vitórias em 8 jogos.
Eder: 3 vitórias em 7 jogos terminados.
Guilherme: 3 vitórias em 7 jogos terminados.

Saímos para jantar e comemorar, a sensação era incrível.



Bem, por hoje pararei por aqui. Peço perdão pela demora do report, mas muitas coisas aconteceram nos últimos dias e realmente queria fazer deste post algo bem completo, para nos recordarmos eternamente deste magnífico dia.

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